Não me falem de amor,
Geme em silêncio o universo
E a reter toda a sua dor,
Para um dia em arremesso.
Acertar de vez em quem o fez,
Para que sinta também
Em seu peito a perfuração, em vez
De somente vociferar em jeito de oração, além.
Aqui, caem os sonhos de toda uma nação
Em timbre de uma cansada melodia,
A lenga-lenga é sempre a mesma, não
Existe alteração, o último século nunca pensaria.
A falta de comunicação, o egoísmo,
A razão que um raio a parta, e reparta
Para alguém, um feixe faz falta,
A este cego planeta, que caminha
Em muletas de embaraço,
Pela dificuldade de um abraço.