Tudo é tão pouco, na admiração
O olhar anseia também em ser
O que nunca conseguiu romper,
Pela falta de um rasgo de inspiração!
Não, foi somente mais uma vítima
Da própria condição,
Acreditou em vãs ideias
E de dívidas o deixou a vida cheia.
Não conseguiu largar as correntes
Tornando-o prisioneiro da falta,
Mas o desejo mora dentro da malta.
E todos os dias ao final de tarde
Viaja até ao mundo da fantasia,
Onde se vê infante e não cobarde.
Assim vive na ilusão,
Igual a todos, eu na minha,
Longa noite, a alma se aninha.
E deitada no chão,
Por tudo ser tão pouco
A um passo de um louco!