Em Cristo o conselheiro
Feito agente de seguros,
A orientar a vida primeiro.
Deus não assegurou o risco como se queria
E todos, a pensarem-se isentos,
Tiveram que pagar a franquia.
Uns com a alma dilacerada,
Outros com a cara assanhada
Pelas mãos de uma apaixonada.
E assim vai o mundo
A mentir, um tratado de alma
Impossível de sarar, o golpe é profundo.
Vão ser precisas muitas gerações,
O universo estendido ao excesso
Um dia quiçá pereça e nasçam novos embriões.
Com auto-inteligência
Para anular o mal hereditário,
Que invisível, na suficiência,
É capaz de roer as entranhas
Até do mais ingente triunfador,
Que se acha eterno nas façanhas
Qual criança inocente, alheia ao dissabor.