Recordado o meu olhar
Pela sinfonia da Glória,
Cidade do clamor.
Reina o amor
Em jeito de religião,
Altar do senhor.
Sala de gratidão
Afaga a alma,
Em ditosa decisão.
Criança que chama
O pai distante,
Será que não me ama?
Percorre confiante
Os carris da vida,
Duplamente inquietante.
Amar a filha sofrida
Pela sua ausência,
E a necessária ida.
À procura da perdida inocência
Figura e mentira,
Calma e paciência.
Sabor que tira
A vontade, a doçura,
Nos lábios a ditadura.
Vestes, ultrapassada cor escura
A ornamentar a ocasião,
Decorada sem textura.